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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

DESPEDIDA





Falta- me o ar.
Minha unica testemunha
A caneta prateada,
Tão gelada quanto meus dedos
Que quedam inertes,
Duros e frios!

O gosto amendoado da bebida,
Arde ainda a garganta.
Ouço vozes agoniadas
Pronunciando meu nome.
Quero sair de mim,
O espírito em fuga...
Cessou o ar,
Mas a aflição permanece!

O papel ainda em branco
Não conseguirá anunciar
Os ‘porques’da letargia
Que aprisionou a minh’alma...
Falta ou excesso de amor?
Ninguém saberá,
Dirão apenas que matou- me
a saudade!


Nívea Sabino

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