Obrigo-me a escrever porque sou violentada
Pela montanha de palavras que numa urgência incomum
Teima em lançar – se fora dos meus pensamentos...
Às vezes escondo-me de mim mesma,
Fujo para tentar encontrar meu sono,
Embriagar-me em meus sonhos,
Mas personagens multicores,
Poemas de amor, de saudade ou decepção,
Iluminam o lugar e me encontram.
Mesmo que quisesse, injusto seria
Aprisionar frases e idéias
Que não mais pertencem à minha memória,
Mas tornam-se outros seres.
Personagens vivos ou fantasmagóricos jazem
Impolutos, perenes, ora nascem ou morrem
No mundo criado por mim,
Antes por Aquele que me deu o dom...
A loucura e a sobriedade, a dor e o prazer
De dar à luz um poema ou historias.
Abantesmas que antes foram matéria,
Vidas santas e pecaminosas,
Reais ou sem sentido...
E o dissoluto que aborto,
Seguem redivivos porque se misturam
A novos pensamentos que com violência
Saltam de dentro de mim.
Nívea Sabino
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