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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

SAUDADE

Num passado distante, o sentir saudades se resumia em lembranças nostálgicas da época de criança, saudades dos parentes que moravam longe, dos amigos que se perderam no tempo...
Depois que nascem os filhos, quando pequenos a saudade muda de jeito e de cor, vira um desejo louco para chegar do trabalho, e abraçar cada um deles, ou seja, é outra saudade...
Depois que eles crescem, viajam de férias,  sentem-se saudades que são acalentadas com telefonemas e beijos fonados, seguidos de um cuide-se embargado, mas que breve se resolvem com apertos e carinhos...
Adolescência evoluindo, os filhos vão estudar fora, outra malvada saudade!
Aguardar os feriados prolongados, as férias para amenizar a falta e a carência.
Ah! Mas essas saudades todas se matam!
A do tempo passado, dos amigos perdidos, da infância dos filhos, das primeiras viagens que fazem sozinhos, das faculdades longe de casa, essa saudadezinha opaca é amenizada com a alegria do tempo presente.
Meu Deus, a saudade dura, aquela que não tem remédio, essa de todos os sentimentos por Vós criados, é a mais triste.
Essa saudade deve ter nascido quando o Filho do Homem deixou Vossa Onipotente Presença para andar pela Terra junto à Vossa criação.
Essa saudade é semelhante a uma fome voraz, que devora por dentro, quem a sente, é o espinho rasgando a carne vilipendiada do coração.
Tem dias que é semelhante a um balão de festa se inflando no peito,
Deus meu, essa saudade que dá vontade de sair correndo gritando pelas ruas, bem alto, até ficar rouca e sem forças.
 Essa saudade não tem cura, essa saudade nada no mundo mata.
Nesses momentos sente- se como é distante o céu, como é misterioso, pois está ao alcance das vistas,  a alma sente em si a presença do céu, invadindo o corpo o espírito, mas ao olhar com os olhos da saudade lá no horizonte, o CÉU é inatingível.
A única forma encontrada para amenizar essa saudade é nos sonhos...
Mas Deus, e quando o sonho é ruim...?
Quando no sonho o anjo está triste, chorando, faltando pedaços, Oh!  Deus a saudade dobra nessa hora, e a inquietação toma conta do ser.
Se ao menos nos sonhos o filho aparecesse sorrindo sempre, distribuindo beijos e abraços... Não! Nem assim existe alívio...
Ainda que haja sonhos e neles encontros abstratos, que existam os álbuns, nada adianta.
Não existe consolo!
Nem as fotos (cada vez mais antigas), que caladas ouvem os desabafos de dor e saudade.
O dia termina o pensamento nele!
O dia começa pensamento nele está.
Que saudade meu Deus, que saudade!

Nivea Sabino

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