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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

O FORASTEIRO (Conto Original)




Surge a noite pintando de negro o horizonte, realçando a enorme placa de letras prateadas, que fincada no meio do canteiro ornado por relva e flores úmidas de sereno, exibe na entrada da cidade a inscrição gravada em letras garrafais :  “SEJA BEM VINDO A..."

O nome da cidade não é importante para o forasteiro que se aproxima cuja idade é indefinida; olhos negros e profundos marcados por espessas sobrancelhas igualmente negras, olhar taciturno que revela um homem perverso e desalmado; a boca hostil não sabe sorrir. A barba negra disforme define seu sinistro semblante. Veste roupas sujas e carcomidas; calça um velho par de tênis imundo. O porte físico é grotesco; pernas e braços musculosos, comandados pela mente pervertida por alguma doença mental severa ou pura misantropia. Seu corpo nutre-se de sua mentalidade deturpada.
Precisa descansar, está andando horas a fio. Vive numa fuga sem trégua, sem saber do que foge, sem ter para onde ir. Seus pés estão cansados, doloridos de tanto andar, não sabe precisar quantas horas ou quantos quilômetros andara até chegar até ali.
A pequena cidade exibe ruas limpas, algumas cobertas com o asfalto negro e liso, outras calçadas de pedra. O lugar está em paz. Suas casas de portas abertas, embora com grades para defendê-las, não aparentam medo da violência como ocorre nas cidades grandes. Talvez por conhecerem-se uns aos outros, sabem como defender- se de suas próprias concupiscências e justamente por isso não estão preparados para enfrentar o mau que chega com o desconhecido.
As pessoas olham de soslaio para o andarilho, os cabelos negros cacheados, desgrenhados lhe cobrem a nuca. Enquanto caminha a passos lentos, observa tudo a sua volta.
As casas fechadas, escondidas atrás de fortes grades, lhe parecem hostis. Sabe que é persona non grata, em todos os lugares que aparece.Está acostumado com a indiferença e o asco que é tratado. Descobriu que tem o poder de ser superior, em certos momentos seu demônio interior desperta, e toda a sua maldade e sua força, voltavam- se contra aqueles que são inferiores, em força e tamanho. Nessas horas, não sente prazer propriamente, apenas certa satisfação por ter seu instinto animalesco saciado.
Andou mais um pouco, saindo assim do alcance dos olhares indiscretos e desconfiados, próprios de moradores de cidades provincianas.
Sentou-se no meio fio, à beira da calçada, comeu um pedaço de pão velho que tirou do bolso sujo e bebeu água de uma garrafa pet. Passavam das 20 horas, saiu caminhando, sentia- se satisfeito, pois tapara o buraco do estomago, por hora está com outro tipo de fome.
Andou sem rumo por várias quadras, até vislumbrar uma rua arborizada. Reparou os jardins bem cuidados na frente das casas com arvores sombreando os passeios, ele sentiu o cheiro doce das flores cujo perfume inebriava-o, mas sua atenção está voltada interessadamente para a linda menina de lindos cabelos castanhos. Os belos cachos iam até quase a cintura, soltos ao sabor do vento.
Seu rostinho de bochechas rosadas e lindos olhos cor de mel a fazem semelhante a um anjo em figura de gente. Animada e cheia de vida, brinca solitária na frente de casa. Canta uma musica infantil enquanto pedala a pequena bicicleta vermelha, de rodas prateadas, com um cestinho na frente, onde estão acomodados um ursinho marrom e uma boneca pequena e magra, de roupas coloridas.
Ouvem- se vozes no alpendre da casa, enquanto a menina brinca, ele, precavido parou a alguns metros de distancia e passou a observar a cena que se desenrolava frente a seus olhos cobiçosos.
Foi chegando devagar, e ninguém viu nada, nem mesmo houve tempo para que a pequena gritasse....
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niveaveiga@hotmail.com
  
  Nivea Sabino

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