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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

ECOS DA IMPUNIDADE

Podia ouvir – se o piado da coruja pousada em cima do poste da esquina. A lua cheia encoberta por uma fina camada de nuvem, enfeita o pedaço do céu que cobre a provinciana cidade do interior mineiro.
O homem que trabalha como bóia fria, se levanta antes das 3 horas para se arrumar, ouve baixinho um antigo radinho de pilhas sintonizado numa frequência AM que toca  moda de viola e a cada 5 minutos informa a hora.
Ele esquenta a comida que será seu almoço. Faz 15 dias que se mudou para a cidade, antes morava num pequeno sitio arrendado que tivera que abandonar por causa dos prejuízos com a plantação de tomate. Agora trabalha como empregado numa fazenda de café, que é o forte na região.
O salário não é compensador, mas pelo menos consegue pagar o aluguel e comer. Mora só. Desde que a última companheira morreu, Herculano decidiu seguir a vida sozinho.  A primeira noite que passara na nova residência não lhe causara boa impressão. Por volta das 3 horas, ele ouvira um grito horrível, que ecoou pelos ares, seu corpo se ouriçou com os pelos arrepiados, o coração quase saindo pela boca, embora muito assustado timidamente ele abre o vitrô da frente, mas não vê uma viv’alma na rua, tudo calmo, nem um som. De repente ouve novamente o grito, que se repete uma terceira vez bem mais fraco e ofegante. Têm sido assim quase todos os dias no mesmo horário, o que acaba fazendo parte da sua rotina.
No caminho para o trabalho, numa estrada de terra ele repara num cruzeiro antigo de madeira, bastante corroído pelo tempo. Ele não sabe por que, mas associa os gritos àquela cruz, sente o mesmo arrepio da madrugada levantando os cabelos de sua nuca. É como se ele tivesse misteriosamente recebido uma revelação do além. Especulando pela vizinhança fica sabendo que muitos moradores também ouvem, mas se acostumaram com isso e não tinham o menor interesse de saber a sua origem. Depois de meses ouvindo o pavoroso grito, Herculano decide não trabalhar naquela sexta feira, se levantaria mais cedo e esperaria às 3 horas, sentado debaixo do cruzeiro. Ansioso, nem dormiu direito, pegou uma lanterna para iluminar a estrada porque a cruz se encontrava num local ermo, fincada debaixo de uma frondosa árvore, passou a mão num cobertor que ajeitou nos ombros e seguiu decididamente. Sentiu vontade de assobiar enquanto caminhava, mas o silencio parecia ser melhor companheiro para que ficasse sempre em alerta.  Pensou em rezar, as orações que sabia eram simples e logo o repertório acabou. Ao longe vislumbrou a grande árvore, convidativa durante o dia, mas na escuridão da noite parecia solitária e fantasmagórica abrigando a cruz de madeira velha meio retorcida. Herculano olhou para o relógio, faltavam 40 minutos para as 2 horas, estava frio, especialmente ali naquele lugar, um vento gélido batia em seu rosto. Ele apertou o cobertor junto ao corpo. Ajeitou- se o melhor que pode, procurando manter certa distância da cruz, porque a proximidade dela causa- lhe certo mal estar. Teve a impressão de não estar sozinho ali, o que aumentou suas expectativas. Dez minutos de isolamento na friagem da madrugada pareciam horas. O homem sente seu coração disparar quando ouve o trotar de cavalos e um vozerio se aproximando da paineira...


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                                  E BOA LEITURA!

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