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domingo, 25 de julho de 2010

O ENGANADOR




A madrugada fresca e cheirando a terra molhada, marca o final do mês mais esperado do ano. Dali a alguns dias será natal. As famílias em geral aguardam ansiosas pelas festas de confraternização. A pequena cidade interiorana ainda é um bom lugar para morar. A moça de longos cabelos vermelhos dirige- se para a casa.  A contragosto faz o turno da noite, infelizmente não tem outra escolha, pois trabalha no restaurante de um posto de gasolina instalado na beira da estrada. A condução a deixa numa avenida a quatro quadras de sua residência. Um mal estar interior havia incomodado a jovem durante todo o dia. A sensação de que um leão faminto a rodeava dava- lhe calafrios. Ela confia em Deus e sempre reza ao seu anjo da guarda pedindo- lhe proteção, principalmente quando é obrigada a andar sozinha pelas ruas desertas do seu bairro que fica muito afastado dos demais. Faz o percurso em sobressalto principalmente porque há uma onda de crimes acontecendo na cidade, cujas vítimas sempre são mulheres sozinhas. Ela pensa no filhinho que ficou em casa aos cuidados da prima. O marido caminhoneiro passa muito tempo na estrada, ambos poupam dinheiro para pagar o terreno onde construirão a tão sonhada habitação da família.

Toda a população anda em polvorosa devido aos crimes hediondos que acontecem há alguns meses. O retrato falado do suposto assassino em série fora veiculado em toda a mídia, cópias foram entregues nos estabelecimentos comerciais da cidade, e a moça que caminha sozinha também tem seu pensamento voltado para a tal descrição. Avançando mais duas esquinas estará sã e salva no calor de seu lar.
O destino, porém não lhe deu seu beneplácito, a moça tem seus cabelos agarrados, a dor é imensa, ela sente as garras  rasgando a pele e arrancando pedaços de carne de seu pescoço, mas ela não consegue gritar sua boca está como que amordaçada, seus olhos não podem enxergar mais nada,  sem sentido mergulha nas trevas. Ela tem suas roupas arrancadas e um torpor  toma conta de sua mente, o odor de algo semelhante a enxofre inunda suas narinas. Os minutos que se seguem parecem durar uma eternidade, ela está entre o céu e a terra, dores atrozes a fazem desejar a morte, mas o pensamento no filho e no marido a obrigam a lutar pela vida. Ela ouve frases desconexas durante o trajeto que não sabe aonde a levará. Perdera a noção do tempo, mas tem certeza que o local que a estão levando é longe. Ela não distingue rostos, nem sexo, tem a impressão de estar entre feras ou bestas humanas, o mau cheiro é nauseabundo, o medo que a domina é descomunal. Num momento de lucidez ela distingue a porteira da entrada de uma fazenda. É arrastada pelo chão, todos os seus ossos doem. Ela consegue distinguir várias figuras vestidas de preto ao redor de uma mesa de pedra, como se fosse um altar de sacrifícios... 

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Nívea Sabino

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